segunda-feira, 24 de março de 2008

Crise da maior idade

Ando tão deprimido ultimamente! A minha vida está um lixo e isso inclui vida amorosa (que não existe), familiar (sem comentários) e espiritual (poderia estar pior?). Embora tenha conseguido o “emprego dos meus sonhos”, me sinto tão sozinho e desorientado.

Quando se está cursando o Ensino médio, ninguém se preocupa com o futuro e agora com a faculdade começo a me preocupar com a minha profissão, família, enfim, percebo que não tenho mais 14 anos.

Agora cresci, é difícil aceitar isso. Daqui a pouco vou ter 60 anos e estarei velho. Será que terei aproveitado bem a minha vida?

Fiquei três anos convivendo em período integral com as melhores pessoas do mundo e agora só me restam lembranças. Recordações de brincadeiras, conselhos, discussões e inúmeras outras coisas que sinto muita falta. A vida segue seu rumo, cada um foi pro seu lado, mas é impossível não ser influenciado por essa maior piração nostálgica que ando passando. Só que não é só isso.

Minha mãe me chamou de rebelde porque eu ando contestando algumas coisas que a minha igreja anda pregando. Será mesmo que cheguei a esse ponto? Lutero foi um rebelde por ter pregado, literalmente, aquilo que ele acreditava na porta da igreja? Jesus foi rebelde por ter feito maior muvuca quando viu o comércio dentro do templo?

Sabe, cada vez me afasto mais da instituição igreja. Uma confusão de idéias e maluquices que penso diariamente acaba abalando a minha fé. Isso não deveria acontecer. A situação está tão crítica que nem chocolate resolve mais. Pensava antes que comer um ou outro bombom me deixaria mais tranqüilo, mas atualmente nem uma caixa é capaz de tamanha façanha.

Espero que tudo isso passe logo. Espero me acostumar ficar longe dos meus amigos. Ficar longe seria não passar o dia todo com eles, pois é impossível me afastar completamente. E a vida continua, mesmo que eu tenha problemas, me sinta sozinho e queira desaparecer.

domingo, 16 de março de 2008

O inimigo está na janela

Mãos geladas, coração acelerado. O inimigo está na janela. Se aproximando aos poucos do vidro. Consigo vê-lo. Sei que está ali. É real. Ele sabe que eu sei que está ali. Será alguma arma psicológica? Será que quer me enlouquecer? Serei sua próxima vítima? Ele está me observando com seu olhar frio e calculista. Como consegue ter duas faces? Como ninguém percebe? Estou sozinho. Não sei o que fazer porque ele está me vigiando, observando. Enquanto houver tinta nessa caneta, folhas de caderno, bom senso e temor a Deus, isso não ficará impune, embora não possa fazer nada. Por que tenho que passar por isso? Por que ninguém acredita em mim? Ele já se foi. Seu reflexo assustador não se reflete mais. Agora não consigo dormir. Ele tem armas, munição. Estou sozinho, com medo. Muito medo. Alguém tem que me ouvir. Alguém tem que perceber os sinais, desvendar o enigma. O que fazer? Temo pelo futuro. Serei considerado louco novamente? Demoníaco para variar? Pontos de interrogação, caneta, papel e o inimigo na janela.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Alienado ou pirado?

A pedido da professora da disciplina história do Direito, comecei a ler o livro "A cidade antiga" de Fustel de Coulanges, e ele me deixou muito confuso.

A igreja, da qual frequento, sempre teve uma postura contrária a comemoração do natal, e eu depois de ler sobre as influências do paganismo nessa data passei a condená-la também.

Para terem noção da situação quebrei todas as bolinhas de natal, pinheiro e afins, por que isso era "fogo estranho" e tinham que ser eliminados o mais rápido possível do nosso lar cristão.

O livro que ainda estou lendo trata da história das civilizações , incluindo os rituais fúnebres até o surgimento do paganismo. Então fiquei sabendo que o ato de enterrar os mortos assim como levar flores, por exemplo, não passa de um costume pagão.

As civilizações gregas e romanas enterravam seus mortos porque acreditavam que, se assim não o fizessem, as almas dessas pessoas vagariam pelo mundo sem destino e se tornariam fantasmas maus, prejudicando na colheita e aterrorizando suas famílias.

Então percebi que no nosso dia-a-dia há inúmeras influências pagãs, desde o funeral, até o bolo de aniversário com as inocentes velas acesas. Seguindo o mesmo raciocínio que me fez odiar o natal, tenho que abrir mão de todos os outros costumes também e isso inclui não ser interrado.

A partir do momento que Constantino colocou a religião Cristã como sendo a oficial, os costumes pagãos e cristãos se misturaram criando um "cristianismo híbrido".

Nós não enfeitamos um pinheiro de natal para homenagear o deus sol, assopranos velinhas por causa da Artemis ou somos enterrados para não viramos fantasmas. Essa é a grande diferença entre os cristãos de hoje e os pseudo-cristãos de antigamente.

Com todos esses argumentos malucos me atormentado, questiono se contrariar todos esses costumes é realmente necessário.

É claro que não quero ser um "alienado" e também não vou mentir para os meus sobrinhos que é o bom velhinho que traz presentes todo anos, só acredito que essa discução teológica e histórica não nos faz ser mais santos ou nos leva a ganhar almas.

Ou ficamos fanáticos não comemorando nenhuma data festiva, tirando toda a simbologia histórica que faz parte da nossa vida, ou nos preocumamos em ir e pregar o evangelho a toda a criatura.

E agora? Alienado ou pirado?

Homens cegos querem te guiar
Você não sabe por onde andar
A religião veio dizer
Viva a sua liberdade
Mas não saia da prisão.
Religiosos hipócritas - Militantes