quarta-feira, 18 de junho de 2008

A prática clientelista no Brasil

A cada dois anos, milhões de brasileiros vão às urnas para votar nos seus representantes. Nesse ato de cidadania, percebe-se que determinados candidatos aos cargos públicos tratam os eleitores como clientes, praticando a política de troca de favores, também chamada de clientelismo.

Quando nos referimos à prática clientelista, temos que considerar fatores sociais e econômicos, além de políticas, ou seja, o Brasil é uma nação com acentuada desigualdade econômica, fazendo com que os cidadãos usem o voto como mercadoria para benefício próprio e não para representar os seus desejos coletivos.

Já virou rotina ligar a televisão e receber a notícia de que mais um político está sendo acusado de corrupção. Todos esses acontecimentos vão gerando no povo um sentimento de inutilidade, porque elege pessoas para representá-lo que acabam utilizando a máquina pública para enriquecimento ilícito, troca de favores, dossiês e tráfico de influência, tirando a legitimidade do seu instrumento de poder, que é o voto, e do Estado, logo não vê fundamentos para praticar a cidadania, já que, nessas condições, serviria apenas para fazer um “rodízio de ladrões nos cargos do poder público”.

Embora a Lei 9840/99 defina que o crime da compra de voto, também chamada de captação de sufrágio, resulta em multa, perda de mandato e cassação do registro do candidato às eleições, a sua aplicação depende da conscientização política do povo para denunciar esses infratores. Se os eleitores quando recebessem uma proposta de compra do seu voto, ao invés de aceitá-la, denunciassem, a política seria mais íntegra e preocupada com os desejos coletivos da população.

Quando o povo perceber que utilizando o seu voto como mercadoria de troca o torna responsável pela má utilização do dinheiro público e tiver uma consciência política voltada para os interesses coletivos, só assim o país terá representantes preocupados em realizar ações que beneficiam a população.

1 comentários:

Andre Brazoli disse...

Cara, não vejo a compra de votos pelo lado que você falou, hoje em dia por mais ruim que isso seja, não podemos acusar uma pessoa que passa fome por vender o seu voto, se estivesse na mesma situação não faria diferente, ver um filho pedir comida e não ter o que dar deve ser agoniante para um pai.

Por outro lado, pessoas estudadas como nós vendendo seu voto por um cargo que você sabe que não é legal é ruim...

Eu já fui aliciado para mudar o meu titulo para uma cidade do entorno só para votar em uma irmã da minha igreja, confesso que fiquei tentado, mas acabei não fazendo isso, não por achar errado, mas porque teria que fazer o movimento inverso depois quando fosse ter que votar aqui em Brasília novamente.

Poxa cara, meu maior medo com isso tudo, é que a gente não faz nada, se não me engano se 51% da população votasse nulo ou em branco nas eleições, teria que ser criado novas chapas com politicos totalmente novos, isso seria ótimo, vendo pelo lado que "todos" os políticos na atualidade já passaram por algum caso... vejo pelo governador do DF, que fraudou o painel eletrônico da camara do deputados e renunciou e na eleição seguinte foi o senador mais votado e agora é governador. E eu quase que voltei nele por causa do vice que de fato era o meu carro chefe.

Aonde vamos parar não é mesmo?

Rs isso foi mais um texto do que um comentário, mas se falar de politica (meu forte) vai sempre dar nisso. rs