Jovens drogados ou droga de igreja?

Ontem fui à apresentação da minha sobrinha que ocorreu numa igreja tradicional (como você deve ter pensado foi na Igreja Assembléia de Deus) e logo fui obrigado a refletir sobre alguns questionamentos que me incomodavam.

Quando chegamos fomos calorosamente recebidos por irmãs de cabelo comprido e irmãos de terno. Logo vi o púlpito lotado de pastores, presbíteros, diáconos, obreiros, auxiliares de trabalho e mais alguns cantores convidados.

Pra ser franco, eu não estava mais acostumado com a rotina dos cultos da IAD, aquela coisa de louvor, louvor, louvor, louvor, hinos pré-históricos da harpa cristã, louvor de novo, visitantes, ofertas e pregação.

Eu me converti nessa igreja, mas já faz uns sete anos que não congrego mais lá e desde então faço parte de uma comunidade cristã (igreja pequena de uns 100 membros e sem usos e costumes) e talvez por isso tivesse estranhado tanto.

Por coincidência naquele dia era “culto da mocidade” e por isso foi todo liderado por jovens. E como tinham jovens! Só o grupo de louvor deles tinha 37 pessoas (sim, eu contei...), cerca de um terço dos membros daquela igreja.

Há muito tempo tento entender como a IAD consegue, mesmo com todas as suas regrinhas básicas, atrair tantos jovens. Onde congrego, atualmente, nem um Mega evento com o United seria capaz de trazer 37 jovens!

A IAD não faz grandes shows, não coloca luzes coloridas nem fumaça de gelo seco na igreja, não tem rock ou tuntz tuntz e mesmo assim jovens são atraídos por ela. Na verdade não pela igreja, mas pela doutrina rígida que ela prega (sim, acreditem!).

O grande erro das igrejas atuais é tentar se parecer com as baladas seculares que vemos por aí. É evidente que essa é uma boa estratégia, mas acaba atraindo jovens pelo motivo errado.

Vou dar um bom exemplo que ocorreu na minha igreja. Para atrair os jovens, durante três meses foi realizada uma gincana e aparentemente tinha dado certo. Os encontros de jovens aos sábados tinham mais pessoas do que nos cultos de domingo, só que quando resolveram transformar o entretenimento em culto toda a galera sumiu (olha que era uns 50!).

Isso mostra que estamos tentando competir com algo que nunca vamos conseguir alcançar. Temos que fazer com que os jovens queiram desesperadamente Cristo independentemente de música, filmes ou efeitos especiais.

Cristo atraia multidões com sua Palavra e não com malabarismos ou festinhas com pipoca e brigadeiro.

O nosso “truque na manga” é a Palavra de Deus que modifica vidas, restaura famílias e liberta os cativos. Será que ninguém vê isso? Quantos jovens terão que ir para o inferno até que nossos líderes caiam na real?

Já passou da hora de mudarem de estratégia ou então mais jovens serão perdidos (e infelizmente, posso ser mais um nessa triste estatística).