Aquela noite parecia como todas as outras. Minha mãe e minha irmã estavam na igreja, em uma vigília, meu pai estava pescando, enquanto meu irmão e eu dormíamos tranquilamente.
Tarde da noite acordamos com batidas na porta. Eram meus avós. Fiquei feliz e surpreso ao nos convidarem para ir à casa da tia Luiza, em Balneário Camboriú, o que fazíamos freqüentemente.
Fizemos rápidos as malas e logo estávamos prontos para passear. No caminho paramos na casa de uma outra tia, a Lurdes, onde muitas pessoas estavam reunidas. Fiquei no carro observando meus avós e meu irmão falarem com outras pessoas. Estranhei um pouco, pois era muito tarde e todos pareciam preocupados.
Enquanto ainda estava esperando, a tia Lurdes se aproxima do carro e me oferece um comprimido, dizia ela que era pra gripe. Embora não estivesse doente, engoli sem reclamar, já que não tinha gosto ruim. Algumas horas depois descobriria que esse remédio era um calmante.
Novamente na estrada, voltamos a nossa pequena viagem. O silêncio era amedrontador. Ouvia-se apenas o barulho do carro, que nos levava em alta velocidade.
De súbito, minha avó se vira para onde eu estava e deu a notícia que meu pai, que estava pescando, havia caído do barco e desaparecido no mar. Então perguntou se eu sabia o que aquela triste notícia significava. Respondi que sim. Meu pai estava morto.
Fiquei estático. Meus pensamentos me confundiam. Não entendia o que estava acontecendo. Era um pesadelo do qual queria logo acordar. Dopado, dormi em seguida, querendo me esconder da vida, de tudo.
Acordei desorientado, já em Balneário Camboriú, onde equipes de mergulho se esforçavam para encontrar meu pai. No mesmo dia voltei para Itajaí, na a casa da tia Rozane.
Nesse lugar agradável, não se falava o que estava acontecendo, nem se já haviam encontrado o corpo dele. Brincava com meu primo, querendo esquecer a situação. Lembro-me que certa noite, quando o fornecimento de energia elétrica na região se interrompeu, meu primo e eu, olhando para a vela que iluminava o quarto, pedíamos para que Deus encontrasse meu pai, vivo ou morto.
Quatro longos dias depois, numa tarde chuvosa. O telefone toca e nos avisa que seu corpo finalmente havia sido encontrado na praia de Balneário, quilômetros do local onde esperávamos que estivesse.
Relembrando que não estava num pesadelo, uma nostalgia me tomava. Não acreditava que seria possível nunca mais vê-lo, o meu pai, meu grande amigo.
No velório, via pessoas que amava chorando, passando mal e me fazendo chorar com eles. Não quis ver seu corpo, queria lembrar apenas dos bons momentos que vivemos juntos.
No final daquela tarde, fomos todos em um cortejo até o cemitério, onde me despedi dele, daquele que nunca iria esquecer.
Onze anos depois, ao recordar de tudo isso, percebo o quanto Deus é importante na minha vida, que embora tenha perdido meu pai, através de Jesus Cristo, meu pai me encontrou.
Saudades...
Tarde da noite acordamos com batidas na porta. Eram meus avós. Fiquei feliz e surpreso ao nos convidarem para ir à casa da tia Luiza, em Balneário Camboriú, o que fazíamos freqüentemente.
Fizemos rápidos as malas e logo estávamos prontos para passear. No caminho paramos na casa de uma outra tia, a Lurdes, onde muitas pessoas estavam reunidas. Fiquei no carro observando meus avós e meu irmão falarem com outras pessoas. Estranhei um pouco, pois era muito tarde e todos pareciam preocupados.
Enquanto ainda estava esperando, a tia Lurdes se aproxima do carro e me oferece um comprimido, dizia ela que era pra gripe. Embora não estivesse doente, engoli sem reclamar, já que não tinha gosto ruim. Algumas horas depois descobriria que esse remédio era um calmante.
Novamente na estrada, voltamos a nossa pequena viagem. O silêncio era amedrontador. Ouvia-se apenas o barulho do carro, que nos levava em alta velocidade.
De súbito, minha avó se vira para onde eu estava e deu a notícia que meu pai, que estava pescando, havia caído do barco e desaparecido no mar. Então perguntou se eu sabia o que aquela triste notícia significava. Respondi que sim. Meu pai estava morto.
Fiquei estático. Meus pensamentos me confundiam. Não entendia o que estava acontecendo. Era um pesadelo do qual queria logo acordar. Dopado, dormi em seguida, querendo me esconder da vida, de tudo.
Acordei desorientado, já em Balneário Camboriú, onde equipes de mergulho se esforçavam para encontrar meu pai. No mesmo dia voltei para Itajaí, na a casa da tia Rozane.
Nesse lugar agradável, não se falava o que estava acontecendo, nem se já haviam encontrado o corpo dele. Brincava com meu primo, querendo esquecer a situação. Lembro-me que certa noite, quando o fornecimento de energia elétrica na região se interrompeu, meu primo e eu, olhando para a vela que iluminava o quarto, pedíamos para que Deus encontrasse meu pai, vivo ou morto.
Quatro longos dias depois, numa tarde chuvosa. O telefone toca e nos avisa que seu corpo finalmente havia sido encontrado na praia de Balneário, quilômetros do local onde esperávamos que estivesse.
Relembrando que não estava num pesadelo, uma nostalgia me tomava. Não acreditava que seria possível nunca mais vê-lo, o meu pai, meu grande amigo.
No velório, via pessoas que amava chorando, passando mal e me fazendo chorar com eles. Não quis ver seu corpo, queria lembrar apenas dos bons momentos que vivemos juntos.
No final daquela tarde, fomos todos em um cortejo até o cemitério, onde me despedi dele, daquele que nunca iria esquecer.
Onze anos depois, ao recordar de tudo isso, percebo o quanto Deus é importante na minha vida, que embora tenha perdido meu pai, através de Jesus Cristo, meu pai me encontrou.
Saudades...